Térreo
Os anos de 1950 e 1960 marcaram o despertar de um Brasil moderno e visionário. Ao entrar nesta sala, você imediatamente se envolve pela grandiosidade das formas curvas e arrojadas que definiram a arquitetura brasileira, inspirada pelas obras de Oscar Niemeyer. O ambiente reflete o espírito dos Anos Dourados, uma época de grandes mudanças e conquistas, com Brasília emergindo como a capital do futuro, um símbolo da modernidade projetada por Juscelino Kubitschek.
Os carros expostos nesta sala, como o Rural Willys, o Volkswagen Karmann Ghia Cabriolet, o Chevrolet Opala e o FNM 2000 JK são testemunhas de um Brasil que começava a se destacar no cenário internacional. Eles contam histórias de inovação, progresso e do sonho de um país que vislumbrava um futuro próspero. Cada veículo reflete um momento importante da industrialização e da expansão rodoviária, pilares fundamentais dos Planos de Metas de JK.
Brasília, com suas linhas futuristas e sua arquitetura visionária, é celebrada como o ponto alto do Plano de Metas, sendo mais que uma capital política, mas um símbolo da utopia de um Brasil moderno. À medida que você explora a sala, imagens e vídeos projetados nas telas revelam os bastidores dessa construção monumental e como ela simbolizava o sonho de interiorizar e unificar o país.
A sala também ressoa com os acordes da Bossa Nova, um movimento cultural que projetou o Brasil para o mundo com sua mistura de sofisticação e simplicidade, encapsulando o otimismo da época. Porém, nem tudo era harmonia. A era JK, com suas promessas de desenvolvimento, logo deu lugar às tensões políticas que culminaram no Golpe Militar de 1964. Esse golpe interrompeu o sonho das Reformas de Base, propostas por João Goulart, que visavam criar uma sociedade mais justa e igualitária.
Mesmo sob a repressão da ditadura, a cultura brasileira floresceu. Movimentos como o Cinema Novo e o Tropicalismo desafiaram as convenções, dando origem a uma arte que refletia as contradições e as esperanças do período. As curvas desta sala, tanto na arquitetura quanto nos automóveis, falam de um Brasil em transição – um país que sonhava grande, mas que também enfrentava profundas divisões.
